... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...


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Em associação com Casa Pyndahýba Editora

Ano I Número 5 - Maio 2009

Poesia - Souzalopes


Соуза*
(canção
De um fantasmas de Cruz
Para outros de Souza)
não sei que tempo que tomo
nem que palavra ladrar –
sol tombado sobre ponte
satellyte ébrio no mar

não sei que symbollo ou mytho
me vai raspando na alma
me vejo napalm e grito
me vejo nevrose na palma

onde pomba e abutre
ou carcará e borrego
só se dirá potude
por nosso desassossego

cavarei caveira augusto
dos anjos do necrosário
vagarei átomo bruto
lá no vagão dos cavalos

por miséria e alphabeto
não tive europa nem roupa
fiz filho morto tubercu
loso na rosa tão louca

lascada a cruz resta souza
qualquer coisa de não nada
quem sem ouvidos que ouça
a poesia contratada

a forma vã é venal
presa cobra sem veneno
– sou só cruz de mijo e sal
Souza só cru e pequeno

* lê-se “souza” no alfabeto cirílico.